quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Jornalismo desinformativo

Durante as eleições de 2010, quanto mais eu lia, mais eu ficava indignado com a deturpação da informação que vinha da, assim chamada, grande imprensa. Para os que ainda não são familiarizados, me refiro aos jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo, revista Veja e grupo Globo.

Me perguntei muitas vezes o motivo de tamanha deturpação. Não cheguei a nenhuma conclusão. Mas durante algum banho eu pensei: "Será que alguém se sentem ameaçado quando o governo pretende levar internet banda larga a todos? Será que os enormes avanços na educação (apesar de ainda insuficientes), que o governo fez, ameaça a credibilidade e os interesses econômicos desta patética mídia nativa?". A resposta, para alguém mal intencionado, é: "certamente".

Pois quanto mais um povo progride intelectualmente e obtém informações por outras fontes, onde a única fonte era a televisão, mais difícil será para manipulá-lo. Além disso, a educação é um processo irreversível. Ou seja, uma vez bem informado e tendendo conhecimento, a "re-colonização" se torne impossível. Um livro que recomendo, sobre este assunto, é Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire.

 As eleições de 2010 foi um marco na história porque o poder da grande imprensa foi insificiente para eleger um candidato.

A tendência é que jornais que hoje atuam como partido político percam a credibilidade. E capas como "PT é partido da morte" (Estado de SP - 24/10/2010) sejam repudiadas e vistas como falta de profissionalismo jornalístico pela maioria. Jogo de imagens para provar uma agressão fictícia (como ocorreu no Jornal Nacional) também perderão a sua força e serão motivo de chacotas por todo o país. Embora as eleições provaram que esse poder manipulador está reduzindo, fico muito triste ao constatar que esse tipo de jornalismo fantasioso ainda mantém uma forte  influência no Brasil. Inclusive sobre pessoas bem formadas e esclarecidas.

Outra consequência, já constatada em outros países, é que a medida que a população avança na educação, ela tende a se distanciar do fanatismo religioso e, como já visto em alguns países, até da religião. E isso também ataca os interesses de alguns setores da igreja. Por isso vimos uma eleição com tanta participação da igreja.

E não acho que a grande imprensa e os setores mais conservadores da igreja apoiaram o ex-candidato derrotado José Serra. Acho sim que a direita conservadora, e na minha opinião retrógrada, se uniu de maneira nunca vista na nossa jovem democracia numa tentativa  quase que golpista de voltar ao poder.

Parece que há um imenso rancor desse setor que sempre mandou e desmandou no país, pelo poder ou pela influência econômica, e que perde sua força pouco há pouco. Afinal, um governo liderado por um partido de "pobres e ignorantes" (como é convenientemente propagandeado por muitos) ficará para a história.

E, se quisermos ter uma democracia séria, não podemos tolerar este tipo de comportamento.

Num comentário repugnante, e certamente tomado pelo ódio da derrota, o deputado federal Paulo Bornhasen (DEM-SC) escreveu o seguinte na Folha do dia 01/11/2010: "Lula será julgado pela história e ficará na memória do país apenas pelo mal que fez à moral, às instituições, à formação dos jovens, à política e à República". Cabe lembrar que não é o que a maioria dos eleitores deste deputado acha.

Apesar de toda torcida contra de Bornhasen e outros, o presidente, que foi desrespeitosamente chamado por muitos de "analfabeto", ficará para a história mundial, a presidente eleita já entrou para a história por ser a primeira mulher a presidir o país e o partido dos trabalhadores está se fortalecendo pela sua própria competência.

Além da indignação, ficamos com um sentimento de alívio por ver que as coisas estão mudando. A Globo já perdeu a preferência na transmissão do campeonato brasileiro e o controle social da mídia vem aí.

Um comentário:

  1. Belíssimo artigo Áquila, na essencia a mídia golpista é o pior q temos neste país e temos q combate-la, graças a Deus temos pessoas sensatas como vc q nos ajuda nesta empreitada. Vamos derrotar o PIG e a imprensa reacionária.

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